Há um assunto que precisa vir às claras.
Para chegarmos a esse atual estágio de entendimento a respeito de democracia foi uma longa marcha, não é mesmo? Agora estamos exatamente no limiar, vamos nos despedindo do velho mundo e começando outro. Nem bem demos o primeiro passo ainda. Estamos naquela fase que o velho mundo reage violentamente porque prefere o "status quo" que beneficia seres humanos inferiores, e, infelizmente, a maioria deles toma conta dos poderes do mundo. Mas não poderão impedir a força da História, que agora tem fundamentos firmes, e sementes que brotam por todos os cantos. E muitas já produzem flores e frutos.
Mas, ainda não entendemos como será o sistema político e como serão as relações econômicas que virão. Ainda estamos tentando dar o primeiro passo para sair do mundo velho. Esses processos são longos e demorados e demandam várias gerações.
Mas uma coisa já podemos aprender com o que vem sendo feito até agora.
Os seres humanos, por terem na mente uma contradição, atua de modo egocêntrico, e não consegue mover-se para além do próprio umbigo. Isso ocorre em todos os setores da vida humana. Alguns mais e alguns menos. Alguns são mais democráticos e outros tem uma tendência tenebrosa para a ditadura. E isso já se pode observar desde criança.
Bom, vamos ao ponto. A História, em todos os tempos e lugares, sempre apresentou vários e diversos líderes em todos os setores da atividade humana. Certo?
Qual a tendência desses líderes, uns mais democráticos e outro mais ditadores? Percebemos que, infelizmente, quase uma unanimidade atuou de forma centralizadora. Por mais democrático e responsável que o líder fosse, foi muito difícil ultrapassar a linha do "eu mesmo", como se pudesse ou fosse necessário se ter na Terra líderes insubstituíveis. E é aí que está o problema.
Líderes, até mesmo os aparentemente insubstituíveis, morrem. Então sabendo disso, os líderes deveriam ter como prioridade selecionar, educar e formar novos líderes melhores que ele mesmo, pois a cada tempo a inteligência se desenvolve, e tudo deve ser realinhado com as realidades. Isso deveria ser assim. Mas não é. Nem mesmo dentro da própria família vemos essa preocupação. Muitas vezes o pai morre e o filho não sabe de nada. Líderes de tendências ditatoriais não delegam responsabilidades; não investem na formação de novos líderes; não transferem poder em tempo aceitável. Isso é realmente um problema.
Na minha opinião, o verdadeiro líder é aquele cuja prioridade é selecionar, educar e formar muitos outros líderes; delegar responsabilidade; descentralizar tarefas; ouvir todos os lados da questão; transferir o poder em tempo aceitável.
Por que transferir o poder em tempo aceitável? Ora, um ditador morre sem deixar líderes formados, firmes, que estejam assumindo responsabilidade em harmonia com os liderados. E aí depois vai virar uma briga danada e os liderados se dividem. Ora, o tempo aceitável é aquele em que o líder ainda está em uma boa idade que permita sua livre movimentação para fazer o que é preciso ser feito. Isso tem um tempo certo. Muitos ditadores estão quase defuntos e ainda continuam querendo controlar tudo.
Carlos Magno foi um imperador muito importante, quase conseguiu a unificação da Europa no seu tempo. Porém, não soube selecionar, educar e nem formar líderes para ser tão ou melhores que ele. Após sua morte em poucas gerações seus descendentes dividiram tudo. E assim aconteceu com quase todos. E, infelizmente, vai continuar acontecendo até que os seres humanos aprendam que ninguém pode ser insubstituível nesse mundo, pois todo mundo morre e o mundo físico necessita de liderança de pessoas presentes nele.
Então, para resumir, o futuro é um tempo em que se poderão aparecer líderes capazes de ter como prioridade a educação e formação de muitos outros líderes. Esses líderes serão capazes de delegar responsabilidades; ouvir relatórios e observar todos os lados das questões sendo imparcial; transferir poder em tempo aceitável. Sem essas prerrogativas o mundo novo não poderá romper com esse mundo velho de pessoas egocêntricas, centralizadoras e "insubstituíveis".