Aguardavam o fim do mundo, não é mesmo? E o fim veio. É o caos. Não acredito que alguém, em qualquer tempo, em qualquer lugar, tenha visto uma coisa dessas. Nunca vi tamanho absurdo, os humanos se transformarem absolutamente em inimigos uns dos outros.
Não estou me referindo a criminosos, bandidos, perversos. Estou me referindo a grupos humanos que deveriam compartilhar os mesmos objetivos, e, no entanto, devido o caos apocalíptico, tornam-se inimigos uns dos outros. Contendem por qualquer coisa; dividem; disputam. O coração está frio e morto. No lugar uma pedra de ressentimento. Não suportam olhar para o espelho e ver o próprio desamparo. E muito menos a perversidade de suas almas.
Que longa marcha, prá onde? Os humanos foram contaminados pela triste idéia e pelo lamentável sentimento de que tudo isso não passa de um tédio. Por isso, a ruína espiritual está levando a massa humana a uma situação de extrema caotização. Daí que gente que outrora comungava dentro de um mesmo grupo, zelava por um mesmo objetivo, agora se torna inimigo. E nem cabe mais aquela máxima do Cristo que teria dito "amai os inimigos". A quem ele se referia?
Acho que agora dá para ter uma idéia a respeito de quem ele se referia. Os inimigos são os amigos.... Que terrível, não? É como se os espíritos ancestrais dos brutamontes das cavernas tivessem todos reencarnados; ou encostados aos montes no cangote desses zumbis humanos que povoam atualmente a Terra na casa de mais de seis bilhões.
Existe uma resistência? Preciso ter esperança que sim. Preciso acreditar que sim. Preciso acreditar que ainda existem humanos que realmente gostem uns dos outros. Não estou me referindo ao gostar egoista, aquele do benefício próprio, gosta porque convém. Quero ter esperança que ainda haja nesse planeta humanos que ainda resistem ao caos e amem uns aos outros com amor verdadeiro e verdadeiro respeito humano. Eu preciso acreditar nisso.
NOSSA ATUAL SOCIEDADE É COMPARÁVEL 'A TRAGÉDIA DOS COMUNS' DE GARRETT HARDIN, 1968.
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